Organizadores esperam milhares e planejam mais 40 manifestações até julho
A Marcha da Maconha, que tem como objetivo pedir a legalização da erva em todo o país, teve sua edição regional doRio de Janeiro neste sábado (11). A concentração, em frente ao Coqueirão — localidade próxima ao Posto 9, na Avenida Vieira Souto, Zona Sul — começou às 14h, já movimentada por centenas de pessoas num primeiro dia de final de semana bastante ensolarado na cidade. A passeata saiu às 16h20 em direção ao Arpoador, deixando o trânsito complicado e tomando quase toda a ciclovia do percurso.
Uma pista da Avenida Vieira Souto chegou a ser interditada por conta da presença de dos manifestantes, que vestiram predominantemente o verde e empunharam cartazes, além de gritos de guerra. Adesivos e panfletos foram entregues pedindo a conscientização da população.
A campanha é contra a Lei 7663 discutida no Congresso, que pode aumentar as internações forçadas de usuários, e a favor de eecurso extraordinário do Supremo Tribunal Federal, que pode descriminalizar o porte para uso pessoal.
"A maconha ajuda no tratamento do câncer e do glaucoma. A proibição é uma imbecilidade. Podemos falar hoje livremente sobre a maconha. É um remédio. As cordas das caravelas que chegaram ao Brasil foram feitas com maconha. Todo mundo com medo do crack e o melhor remédio para sair do crack é a maconha", afirmou o advogado Antônio Bastos, membro da comissão de Direitos Humanos da OAB.
A Marcha carioca, que foi marcada neste dia 11 em homenagem ao dia da morte de Bob Marley, promete a presença dos cantores Hélio Bentes, da banda Ponto de Equilíbrio e BNegão, ex-Planet Hemp. "O movimento escolheu esta data porque fazem 32 anos da morte de um artista que tinha essa visão e era um ativista político. É uma data simbólica", explicou Daniel Mazola, secretário de Direitos Humanos da ABI.
"Nós, da comissão, entramos com um documento favorável à legalização porque entendemos que é um problema de saúde pública, e não da polícia. Entendemos que muita gente morre porque não existe uma regulamentação do uso de todas as drogas", salientou.
Até julho, são esperadas outras 40 manifestações em diversas cidades do país. Em Niterói, Região Metropolitana do Rio, a Marcha está marcada para o dia 19, em Icaraí, segundo o Coletivo Marcha da Maconha.
Ainda de acordo com os organizadores, as "atividades não têm a intenção de fazer apologia à maconha ou ao seu uso, nem incentivar qualquer tipo de atividade criminosa. As atividades do Coletivo respeitam não só o direito à livre manifestação de idéias e opiniões, mas também os limites legais desse e de outros direitos".
Fonte:G1