Taleban matou 120 pessoas desde abril por considerar as eleições anti-islâmicas
Uma série de ataques de militantes e tiroteios mataram pelo menos 17 pessoas e lançaram uma ampla sombra sobre as eleições gerais do Paquistão neste sábado (11).
Apesar disso, milhões de paquistaneses compareceram na votação considerada um teste para a democracia do país.
De acordo com o início da contagem de votos, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif e o ex-jogador de críquete Imran Khan lideram o pleito.
Cerca de 86 milhões de pessoas têm direito a voto no pleito que fará a primeira transição entre os governos civis em um país governado pelos militares por mais da metade de sua história turbulenta.
A Comissão eleitoral do Paquistão, no entanto, informou que não conseguiu realizar eleições livres e justas no centro comercial do país e maior cidade, Karachi.
"Fomos incapazes de realizar eleições livres e justas em Karachi", disse em um comunicado. Não está claro se a conclusão da Comissão significa que as eleições nacionais terão que ser realizadas novamente.
Apesar do calor escaldante, muitos foram às urnas animados com a perspectiva de mudança em um país que sofre com a militância do Taleban, com uma economia quase falida, com corrupção endêmica e com cortes de energia crônicos e infra-estrutura decadente.
"O governo que elegermos hoje vai determinar se a podridão vai ser contida ou se vamos deslizar ainda mais para o abismo", escreveu o advogado Babar Sattar no The Daily News.
Um ataque a bomba no escritório do Partido Nacional Awami (ANP) na capital comercial, Karachi, matou 11 pessoas e feriu cerca de 40. Pelo menos duas ficaram feridas em três explosões que se seguiram, e meios de comunicação relataram tiros na cidade.
Homens armados em uma motocicleta abriram fogo perto de uma estação de voto na Província rebelde, matando duas pessoas, disse a polícia.
Vários ficaram feridos em uma explosão que destruiu um escritório do ANP no noroeste, e não havia mais vítimas em uma explosão na cidade de Peshawar.
O Taleban do Paquistão, grupo próximo à Al Qaeda, matou mais de 120 pessoas na violência relacionada com as eleições desde abril. O grupo, que está lutando para derrubar o governo apoiado pelos EUA, considera as eleições como anti-islâmicas.